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Entrevista: Quique Brown (Leptospirose)
por Ricardo Tibiu (tibiu@karasukiller.com | www.chiveta.wordpress.com)
Fotos: Binho Preto
publicada originalmente na DOLL (Japão) Nº249
04/2008

Jazzcore Psicodélico
Formado em Bragança Paulista, interior de São Paulo, o Leptospirose é um trio que não vê limites na música: mistura hardcore com jazz, alternando instrumental rápido e psicodélico - isso sem falar nas letras completamente surreais. No ano passado eles lançaram o CD “Invernada” pela Läjä Records, conquistaram admiradores de sua música inusitada e fizeram uma turnê pelo Brasil que seguiu até a Argentina e o Uruguai. Agora, foram para a Europa ao lado do Merda com quem dividiram o split “Lecker!”, que saiu pela Laja e chega ao Japão via Karasu Killer. Conversamos com o vocalista/guitarrista Quique Brown que nos contou um pouco sobre este lançamento e a experiência de quase morte durante o giro pela Europa este ano.

Dê uma definição rápida e precisa do som do Leptospirose para os japoneses entenderem qual é a de vocês.
Falei esses dias numa outra entrevista que o que fazemos é “pocket música”: música rápida e bastante crua, sem introdução, feita para um mundo bastante rápido, cru e sem introdução. Os vocais são gritados, mas nem tanto, as letras são surrealistas e a pegada instrumental trabalha com elementos do hardcore, do punk rock e do rock and roll, acopladas à psicodelia, jazz, progressivo etc.

Quais as expectativas em relação ao lançamento do split com o Merda no Japão através da Karasu Killer Records?
Expectativas boas, dividir um split com o Merda pra gente tá sendo o máximo, gostamos muito deles tanto como banda, quanto como pessoas. E lançar o CD no Japão vai ser monstruoso, é a primeira vez que um lançamento nosso rola fora do Brasil, estamos muito contentes.

No split vocês gravaram uma música do Merda e eles uma de vocês. Por que escolheram “Mamãe Costura Meus Patches”?
Acho maravilhosa a letra de “Mamãe Costura Meus Patches”, contemporânea pra caralho, simples, direta, sarcástica ... Fizemos uma versão bem garagem/psicodélica pra ela, achei que ficou legal.

E o que vocês acharam da versão que eles fizeram para a de vocês, “G.E.D.N.”?
Ficou massa, os caras botaram uma letra no maior estilo Merda, mandaram o riff de maneira crua e por aí vai .. ficou massa!!!

O que os brasileiros que já acompanham o Leptospirose podem esperar das músicas do split?
São quatro músicas nossas e o cover do Merda citado aí em cima. Optamos por uma gravação bem garageira, com o instrumental saturadaço, bem cru. Segue aí um breve comentário sobre cada canção:

1. “A música que fez aniversário” - leva esse nome porque já é bem antiga, o som é total rock and roll, eu particularmente gosto pra caralho dela.
2. “Escrever se torna uma obrigação após o pré primário” - começa com um punk estilo SUB, e entra num refrão rock and roll. Acho bem foda tocar esse som ao vivo, a quebra da parte 1 para a parte 2 judia da gente.
3. “Referências medievais se fazem urgentes” - essa é a música doidona do álbum.
4. “Merda” - além do cover fizemos uma música com o nome deles e eles uma com o nosso nome, na canção: sincretismo, blues, punk rock com refrão e por aí vai ...
5. “Mamãe Costura meus Patches” - versão nossa pra esse clássico do Merda. Rock, garageira e psicodelia.

Entre outubro e novembro de 2007, vocês e o Merda tinham 27 shows marcados na Europa e fizeram oito, até que sofreram uma acidente quase fatal que resultou em múltiplas fraturas e a volta forçada ao Brasil. Qual foi a receptividade do público até então?
Cara foi bem massa! Dava pra sentir que a galera via muito rock and roll nos nossos concertos e levando em consideração que a proposta é exatamente essa dá pra concluir que foi supimpa!!!


Agora em casa, mais tranqüilo ao lado da família e dos amigos, a tour teve algum saldo positivo?

Nada é perdido nessa vida, né? Acho que todos nós chegamos em casa com várias coisas a se pensar e repensadas sobre a vida. Apesar da nossa curta permanência na Europa pude ver e sentir várias coisas que eu só conhecia de ouvir falar ou ler, como os squat gigantes, os youthclubs, a organização dos caras e tudo mais...

Chegou a dar pra saber a resposta das pessoas em relação ao "Lecker!"?
O Jaki, nosso tour manager, me mandou um e-mail dizendo que gostou (risos).

Qual a trilha sonora de uma experiência de quase morte?
Pergunta tensa, complicada, quando escutei os gritos do Jaki olhei pra frente e vi a bunda de um caminhão parado se aproximando da gente, e, PAU!!! (batemos) como um relâmpago cheguei a pensar que era um congestionamento, mas música, música não veio à mente, o lance é muito rápido, a concentração é outra!!!

Além do Brasil, o Leptospirose já tocou na Argentina, Uruguai e agora irá para a Europa. Que tal colocar o Japão na rota de vocês?
Pelo que sei, de ouvir Mozine dizer aqui, ir pro Japão é um lance bem caro. Mas certamente seria o máximo.

Além do Godzilla e do Jaspion, o que você conhece do Japão? Algumas bandas? Comida?
Adoro comida japonesa. Não conheço muitas bandas não, mais as que a Läjä lança por aqui mesmo: Fuck On The Beach e Vivisick.

Valeu Quique, se quiser deixar um recado fique à vontade!
Cara, estamos monstruosamente felizes de estar lançando esse split com a parceira entre a Karasu Killer e a Läjä, valeu Ricardo pela entrevista, valeu todo mundo, nos vemos em breve... É isso aí. Abraço a todos!

Contatos:
www.myspace.com/leptospirose
cardapiounderground@hotmail.com